21/09/2014

Teste Modelo: O Cavaleiro da Dinamarca

1. Lê o texto com atenção:

Quando chegou o dia de Natal, ao fim da tarde, o cavaleiro dirigiu-se para a gruta de Belém. Ali rezou no lugar onde a Virgem, São José, o boi, o burro, os pastores, os pastores, os Reis Magos e os Anjos tinham adorado a criança acabada de nascer. E, quando na torre das Igrejas bateram as doze badaladas da meia-noite, o Cavaleiro julgou ouvir um cântico altíssimo cantado por multidões inumeráveis, a oração dos Anjos:”Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens de boa vontade.”
Então desceu sobre ele uma grande paz e uma grande confiança e, chorando de alegria, beijou as pedras da gruta.
Rezou muito, nessa noite, o cavaleiro. Rezou pelo fim das misérias e das guerras, rezou pela paz e pela alegria do mundo. Pediu a Deus que o fizesse um homem de boa vontade, um homem de vontade clara e direita, capaz de amar os outros. E pediu também aos anjos que o protegessem e guiassem na viagem de regresso, para que, dai a um ano, ele pudesse comemorar o Natal na sua casa com os seus.
Passado o Natal o cavaleiro demorou-se ainda mais dois meses na Palestina visitando os lugares que tinham visto passar Abraão e David, os lugares que tinham visto passar a arca da aliança, o cortejo da Rainha do Sabá e seus camelos carregados de perfumes, os exércitos da Babilónia, as legiões romanas e Cristo pregando às multidões.
Depois, em fins de Fevereiro, despediu-se de Jerusalém e, na companhia de outros peregrinos, partiu para o porto de Jafa.
Entre esses peregrinos havia um mercador de Veneza com quem o cavaleiro travou grande amizade.
Em Jafa foram obrigados a esperar pelo bom tempo e só embarcaram em meados de Fevereiro.
Mas uma vez no mar foram assaltados pela tempestade. O navio ora subia na crista da vaga ora recaía pesadamente estremecendo de ponta a ponta. Os mastros e os cabos estalavam e gemiam. As ondas batiam com fúria no casco e varriam a popa. O navio ora virava todo para a esquerda, ora virava todo para a direita, e os marinheiros davam à bomba para que ele não se enchesse de água. O vento rasgava as velas em pedaços e navegavam sem governo ao sabor do mar.
- Ah! - pensava o cavaleiro. - Não voltarei a ver a minha terra.
Mas passados cinco dias o vento amainou, o céu descobriu-se, o mar alisou as suas águas. Os marinheiros içaram velas novas e com a brisa soprando a favor puderam chegar ao porto de Ravena, na costa do Adriático, nas terras de Itália.

in O Cavaleiro da Dinamarca, Sophia de Mello Breyner ©Ao Encontro das Palavras 2009 - http://vanda51-emportugues.blogspot.com/ (adaptação).

1.       Contextualiza este excerto na estrutura da obra a que pertence.


2.       O título da obra - O Cavaleiro da Dinamarca - dá-nos de imediato duas informações a respeito da personagem principal. Indica-as.

3.       Indica o local para onde se dirigiu o Cavaleiro da Dinamarca no dia de Natal e o que aí foi fazer.

4.       Explicita os sentimentos experimentados pelo cavaleiro ao ouvir as doze badaladas na gruta de Belém, na noite de Natal.

5.       Caracteriza psicologicamente o cavaleiro. Justificando a tua resposta.

6.       Indica o motivo pelo qual, em Jafa, o Cavaleiro ficou impossibilitado de prosseguir viagem.

7.       “- Ah! - pensava o Cavaleiro. - Não voltarei a ver a minha terra.”
7.1. Explica os motivos da afirmação do Cavaleiro.

8.       Refere os locais por onde passou o cavaleiro.

9.       Depois de a tempestade ter passado, refere o local onde os marinheiros aportaram.

10.    “Cântico altíssimo cantado por multidões.”
10.1. Identifica o adjectivo presente nesta frase e diz em que grau se encontra.
10.2. Indica um antónimo do adjetivo da frase no grau superlativo absoluto analítico

11.    “Depois, em fins de Fevereiro, despediu-se de Jerusalém e, na companhia de outros peregrinos, partiu para o porto de Jafa.
Entre esses peregrinos havia um mercador de Veneza com quem o cavaleiro travou grande amizade. “
11.1.Indica o modo e o tempo das formas verbais a negrito na frase.
11.2.Coloca a primeira frase no pretérito mais-que-perfeito do indicativo e a segunda frase no condicional.
11.3. Classifica as palavras sublinhadas.

12.   Na descrição da tempestade, são utilizadas várias personificações.
12.1. um exemplo, justificando a tua resposta e indicando o seu valor expressivo.

13.   Indica o hiperónimo das seguintes palavras: Jerusalém, Veneza e Ravena



14.   Imagina que és dono da livraria e que um cliente gostaria de saber um resumo da parte inicial de “O Cavaleiro da Dinamarca”. Reconta a história, tendo em conta o provérbio popular “Quem conta um conto, acrescenta-lhe um ponto”. Deves usar dois modos de representação do discurso (descrição e narração) e recursos expressivos (metáforas, personificações, comparações, enumerações e adjetivação expressiva).

1 comentário:

  1. deveria haver soluçoes, sem soluçoes nao podemos ver onde erramos, ou seja nao adianta!! resolvam isto porfavor!!!!!!!!!!

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