A acção ocorre durante a madrugada do dia seguinte ao dos acontecimentos descritos no acto anterior, na parte baixa do palácio de D. João de Portugal, na capela da Senhora da Piedade, espaço repleto de adereços que reenviam para a ideia de uma profunda introspecção religiosa, de sacrifício e de morte, indiciando a tomada de hábito.
Cena I - Manuel de Sousa Coutinho conversa com o seu irmão Jorge, a quem exprime o atroz sofrimento que o atormenta, sobretudo em relação à filha, não só pelo agravamento do seu estado precário de saúde, mas principalmente pela sua vida futura, dada a sua condição de filha ilegítima. Jorge procura consola-lo à luz da religião cristã, tentando fazê-lo crer que a «confiança em Deus pode muito», uma vez que «Deus sabe melhor o que nos convém a todos».
Manuel de Sousa Coutinho decide tomar o hábito e dizer «adeus a tudo o que era mundo», resolução que o seu irmão aprova, acrescentando que o arcebispo já tratara de tudo: ele ingressaria em Benfica e Madalena, no Sacramento.
A partir deste diálogo, sabe-se também que apenas Manuel de Sousa Coutinho, Jorge e o arcebispo têm conhecimento da verdadeira identidade do Romeiro que, entretanto, pedira a Jorge para falar com Telmo.
Cena II - Telmo entra em cena e informa os presentes que Maria despertou. Antes de se retirarem para ver Maria, Jorge dá algumas indicações a Telmo.
Cena III_ Telmo segue as instruções de Jorge e aguarda a chegada do irmão converso.
Cena IV - Monólogo de Telmo no qual é bem visível os seu conflito interior entre o amor e fidelidade a D. João de Portugal e o amor a Maria que «..venceu...apagou o outro...».
Cena V- O Romeiro é trazido à presença de Telmo. Este, ao ouvir a voz daquele, reconhece a sua verdadeira identidade.
Ao longo da conversa entre ambos, D. João de Portugal toma consciência de que não só não tem mais lugar no coração de Madalena ( que, segundo informou Telmo, usou todos os recursos possíveis para o encontrar); como também perdeu irremediavelmente a sua vida passada, acabando por se compadecer da desgraça daquela família. Como tal, para remediar o sofrimento causado pelo seu regresso, pede a Telmo para mentir, dizendo que «o peregrino era um impostor».
Cena VI - Do lado de fora da porta, ouve-se Madalena desesperada a chamar pelo marido, gerando-se aqui uma grande confusão, pois o Romeiro, por momentos, te a ilusão de que ela o procura a ele.
Cena VII- Madalena ainda tenta evitar separara-se do marido, procurando convencê-lo de que estavam a ser precipitados ao acreditarem tão prontamente nas « palavras de um romeiro, um vagabundo...», mas Manuel de Sousa Coutinho mantém-se firme na sua decisão.
Cena VIII- Madalena continua esperançosa de evitar a separação iminente, dirigindo-se a Jorge, mas tanto este como o marido são inflexíveis.
Cena IX - Madalena, despedaçada pelo abandono a que se sente voltada, refugia a sua dor na religião cristã e , resignada, dirige-se para o local da cerimonia de tomada de hábito.
Cena X - Início da cerimónia da tomada de hábitos.
Cena XI - Maria surge em cena e, revoltada contra a (in)justiça divina que cruelmente a priva da família, incita os pais a mentir para a salvar.
Cena XII- Saindo detrás do altar-mor, o Romeiro ainda insiste com Telmo para os «salvar»; no entanto, é tarde demais: Maria reconhece a sua voz e morre «de vergonha».
excelente síntese!
ResponderEliminaradorei!
ResponderEliminarÓtima Síntese! Poupou-me muito trabalho e vai dar-me muito jeito ;)
ResponderEliminarnao percebi uma coisa. frei jorge e manuel de sousa chegam a descobrir que o romeiro é d.joao de portugal?
ResponderEliminarMuito obrigado!
ResponderEliminarnao percebi uma coisa no final quando diz morre de vergonha, esta a dizer que ela morreu por ser fruto de um pecado e estar envergonhada por isso ao perceber que D.João de Portugal sabe isto ?
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