Qual é a finalidade da argumentação?
O texto argumentativo é o que visa convencer, persuadir ou influenciar o leitor / ouvinte a partir de um raciocínio partilhado e por apelo aos seus valores afectivos e ideológicos.
O argumento é um raciocínio tendente a provar ou a refutar a justeza de uma opinião. Convém, por isso, que os argumentos sejam sólidos e concatenados de maneira convincente. Argumentar, é no fundo, declarar com provas. Assim, está a argumentar-se quando se afirma " Fulano é um óptimo aluno. (declaração). A nota dela mais baixa foi 18 a Geografia (prova)".
A argumentação deve ser sempre uma actividade intelectual construtiva, realizada com uma vontade cooperante e útil à comunidade.
1. Reconhecimento dos argumentos
Qualquer argumento é contestável, mesmo aqueles que parecem de evidencia lógica.
Ao dizer-se que Os amigos dos meus amigos meus amigos são. está a abusar-se do conceito de igualdade matemática, transferindo-o para relações humanas.
Os argumentos devem ser consistentes pelo raciocínio e pela evidência das provas (factos, exemplos, ilustrações, dados estatísticos, testemunhos fidedignos). A força dos argumentos pode, ainda, ser iluminada por cenários (narrativas fictícias) pertinentes para a demonstração.
2. Lógica dos argumentos
A argumentação consiste no conjunto de argumentos encadeados para a demonstração. Pode ser de dois tipos:
- dedutiva
, se os argumentos decorrem uns dos outros:
, se os argumentos decorrem uns dos outros:
O trabalho gera riqueza. A riqueza possibilita o bem-estar. O bem estar é fundamental para o progresso da ciência e da cultura.
- acumulativa, se os argumentos se acrescentam uns aos outros:
O avião é um bom meio de transporte. Primeiro é rápido; depois, é bastante seguro; além disso torna-se cómodo….
A lógica dos argumentos radica em princípios como:
a conjunção : A e B
a disjunção: A ou B
a oposição: A↔ B
a relação de causa - efeito - consequência: A←B→C
a relação de antecedente - consequente: A→B →C
As falácias são um bom exemplo de um tipo de raciocínio viciado:
Os alunos passaram. Pedro é aluno do 8º ano. Logo, o Pedro passou.
O vício está no facto de não se identificarem os alunos que haviam passado. Os argumentos em lógica, como os que expõem o opositor ao ridículo, cultivam o insulto, a ironia e o sacarmos, promovem os preconceitos, estes constituem anti-argumentos.
A arte de um raciocínio correcto e responsável implica:
- organizar os argumentos do mais simples ao mais complexo.
- inquirir as causas de um acontecimento
- ir das causas Às consequências (dedução) ou concluir com base nos factos particulares (indução)
explicitar os laços lógicos que relacionam os argumentos.
A codificação do texto argumentativo leva o enunciador a adoptar uma estratégia que permita conduzir o destinatário à finalidade desejada:
- Encontrar os argumentos adequados - invenção
- Organizar os argumentos por ordem, segundo o objectivo traçado( informar, convencer, emocionar) - disposição
- Recorrer a um discurso figurativo -
elocução
- No caso, do discurso oratório (politico, forense, religioso…), memorizar e dizer o texto apropriadamente (com gestos)
4.progressão temática e discursiva
A argumentação, sobretudo quando está em causa o desenvolvimento de ideias abstractas, consiste em defender e refutar através de uma progressão lógica do raciocínio e do suporte oportuno dos argumentos.
Esquema para uma refutação / contestação :
- Apresentar a proposição (opinião, tese, declaração) de modo afirmativo, bem definida e sem referir quaisquer provas ou razões. ("Dizem que…")
- Analisar a proposição apresentada. ("Em certos casos, talvez isso se verifique…")
- Formular argumentos que confiram a verdade e a evidência da posição preferida: factos, exemplos, ilustrações, dados estatísticos, testemunhos. ( "Mas, por outro lado, há razões para se entender que não é bem assim…")
Concluir por uma síntese da demonstração feita, transferindo o acordo nela obtido para um modo de proceder conveniente. ("Portanto / De modo que, perante os dados apresentados…")
- Realizações textuais argumentativas.
- Colocação do problema (proposição)
defesa de um ponto de vista (tese)
- contradição da posição antes assumida (antítese)
- ultrapassagem da contradição parente (síntese)
- contradição da posição antes assumida (antítese)
O texto oratório (político, judicial, laudatório, sermão religioso) apresenta um plano cujas fases são:
- exórdio - em que o orador capta a boa atenção (benevolência) dos ouvintes.
- narração / exposição - em que o orador explana os factos.
- Confirmação - em que o orador defende com argumentos a tese.
- refutação - em que o orador examina e refuta os argumentos opostos.
- peroração - em que o orador solicita a adesão dos ouvintes à sua pretensão.
- memória - O exercício de fixação do discurso.
- voz - a exercitação do modo de dizer perante o público.
Glossário:
Facto: qualquer dado indiscutível da experiencia.
Opinião: posição ideológica assumida em resposta a situações problemáticas; juízo sobre alguém ou alguma coisa.
Premissa: cada proposição ou enunciado em que um raciocínio se baseia.
Prova: o meio de tornar clara e consistente a verdade.
0 comentários:
Enviar um comentário